Entrevista com Gale Anne Hurd, produtora de “The Walking Dead”

Entrevista com Gale Hurd, produtora executiva de The Walking Dead, por Helena WilliamsVann do The Watercooler Journal (15/01/2012)

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Gale Anne Hurd ganha a vida trazendo personagens icônicos para as telas de cinema como produtora de Hulk e produtora executiva da série Exterminador do Futuro, e nos trouxe o terror das minhocas quando fez a produção executiva de Ataque dos Vermes Malditos. Para a telinha, ela produziu um número de filmes para TV e uma série inspirada em Exterminador do Futuro, Exterminador do Futuro: Crônicas de Sarah Connor. Seu interesse no campo da ficção científica nos trouxe The Walking Dead.

1) Qual é a diferença entre adaptar HQ’s para a o cinema e adaptar HQ”s para a televisão?
Televisão é a mídia ideal para contar histórias centradas em personagens, e permite aos escritores e produtores a explorarem histórias e desenvolvimento de personagens com mais tempo, contando com de 13 a 22 horas para contar a história. Para um filme, você tem o desafio de contar uma história em cerca de duas horas, então cada aspecto da trama e do personagem tem que ser condensado para um menor tempo de exibição.

2) Quais experiências em trazer personagens de HQ’s à vida, tais como Hulk  e Aeon Flux,  você trouxe ao The Walking Dead?
Aeon Flux não era uma história em quadrinhos; era um desenho animado do Liquid Television*, da MTV. Meus filmes baseados em quadrinhos incluem O Justiceiro e Hulk. Eles foram úteis para notar que se deve respeitar os fãs do original, mas reconhecer que qualquer adaptação para cinema ou TV irá inexoravelmente diferir do material original. Enquanto fãs querem que adaptações sejam fiéis ao material que serviu de base, eles também estão esperando ser surpreendidos com novas reviravoltas na trama. É essencial  envolver os criadores da HQ e consultá-los durante o processo de adaptação.

* programa da MTV americana dos anos 90 que passava desenhos animados.

3) As mulheres da graphic novel e dos seus filmes são personagens fortes, enquanto as mulheres dessa série de TV parecem fracas. Isso é por causa das expectativas da audiência sobre as mulheres na televisão?
Absolutamente não – nós estamos seguindo o desenvolvimento dos personagens femininos na HQ. Andrea já está passando para um mudança em seu personagem, de uma advogada de direitos humanos sem as habilidades para sobreviver que alguns homens já possuiam (como os policiais Rick e Shane, ou o Daryl, um sobrevivente nato) em alguém que pode cuidar de si mesma. Maggie Greene é filha de um fazendeiro e consegue cavalgar melhor do que qualquer homem, e abate um zumbi na primeira vez em que a vemos na série. E um dos personagens mais durões da HQ é a Michonne, uma mulher brandindo uma espada samurai que será apresentada nas temporadas porvir.

4) Até onde é “seguro” se afastar do material original para não alienar os fãs da graphic novel?
Nós colocamos personagens inéditos que se transformaram em queridinhos dos fãs (Daryl e Merle Dixon, entre outros), nós matamos personagens que sobrevivem nos quadrinhos (como Sophia) e mantemos outros vivos (Shane). O criador dos quadrinhos, Robert Kirkman, encoraja bastante os escritores a se desviarem da HQ para aprimorar o modo de contar a história para a TV, que é outra mídia.

5) Como vocês decidiram quais personagens manter da graphic novel e quais personagens inventar, como Merle? Por que e como Merle foi criado?
Os escritores discutiram quais personagens novos poderiam se deparar com nossos sobreviventes e os irmãos [Dixon] foram criados por Frank Darabont e então desenvolvidos durante conversas na sala dos escritores.

 6) A AMC te fez restrições em como contar a história?
Não.

Tradução: Kelly Ribeiro (@kelribeiro)

Fonte: TV Rock Stars


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Kelly Ribeiro
Kelly Ribeiro
Kelly Ribeiro é co-fundadora, editora-chefe, redatora e gerente de comunidades do Geekdama. Com formação em Comunicação Social e Cinema Digital, além de especializações em Marketing e Jornalismo Digital, Kelly supervisiona a produção de conteúdo do portal. Em 2022 foi uma das selecionadas no programa Aceleradora de Comunidades da Meta.

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