Fear The Walking Dead não será apenas antídoto para crise de abstinência

Fear the Walking Dead vem aí. Em 23 de agosto, será dada a largada para a nova série, mas o que será que os produtores realmente querem com ela?

Mais de uma vez, eles foram enfáticos em um ponto: os fãs não podem esperar que Fear seja uma continuação de The Walking Dead. A ideia é que as duas séries caminhem com pernas próprias, sem que uma dependa da outra. Mas, evidentemente, é mais fácil olhar para cima e encontrar um céu vermelho do que isso se torne, de fato, realidade na cabeça das pessoas.

Mas Fear The Walking Dead não é apenas um paliativo para quem está atravessando uma crise de abstinência desde que a quinta temporada de The Walking Dead acabou. É claro que busca entreter, cativar, manter e, principalmente, captar mais alucinados pelo show, mas o conteúdo que tem sido prometido vai além disso.

Fear The Walking Dead vai ajudar a criar um contexto para a série-mãe. É mais ou menos como Star Wars, que, depois de três episódios que se transformaram em blockbusters mundiais, se propôs a contar a origem de tudo anos depois. Com a diferença, no entanto, de que os personagens não serão os mesmos, como aconteceu na ficção de George Lucas.

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Fear The Walking Dead pode ter uma história independente. Pode ter personagens independentes. Pode se passar em um outro lugar dos Estados Unidos e nunca nem sequer citar o nome Rick Grimes. Mas vai ser essencial para ligar alguns pontos que, até hoje, vivem abertos no imaginário da audiência.

Vai ser uma luta constante para os produtores evitar que uma coisa remeta à outra. Mas, como a tônica do que se vê tem uma inteligência muito grande, certamente vai ter muita gente procurando – não sem total razão – um ou outro easter egg. Coisa que já acontece com frequência, aliás, nas temporadas de The Walking Dead.

Existe uma preocupação muito grande para que fique claro que o novo seriado não seja explicativo em relação aos primeiros. Muito já foi dito nesse sentido, desde o fato de que a característica das famílias será diferente até o estado de decomposição dos zumbis. O que, convenhamos, não chega a ter uma grande coerência, porque pessoas morreram em The Walking Dead e, minutos depois, apareceram como walkers medonhos. Não em um último estado de decomposição, como é dito que não se verá em Fear The Walking Dead, mas também não apenas com olhos esbranquiçados e dificuldade para andar.

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De Fear The Walking Dead, espera-se mais do que uma distração no meio-tempo entre uma temporada e outra de The Walking Dead. E é, claro, o que se verá. Não existe a possibilidade de se fazer uma produção que não carregue a mesma qualidade editorial, visual e técnica, até porque existe uma carga comercial muito grande na empreitada.

Mas espera-se, principalmente, que some muito ao mundo de The Walking Dead. E que prospere. O tempo, quando se quer, é tranquilamente manipulável em uma obra de ficção. E essa independência entre eles, essa vontade de não ser o primo pobre, só ajuda em relação a isso.

Afinal de contas, se são zumbis que as pessoas querem ver, que se dê zumbis para elas. Só não espere que Rick vá aparecer para dar um jeito na coisa quando tudo estiver indo por água abaixo. Desta vez, os mocinhos serão outros. Até segunda ordem, pelo menos.


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Plinio Rocha
Plinio Rocha
Jornalista, 38 anos, paulistano. Quando os zumbis tomarem conta, vai preferir o arco e flecha a um revólver. Acha que Rick e Shane poderiam ter se sentado e tentado resolver o triângulo amoroso. Ou não.

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