Crítica | Fear The Walking Dead S07E02 — A volta dos que não foram


Quando eu preciso reassistir a um episódio já sei que tem parada errada aí. E foi o que aconteceu. Vi The Beacon e Six Hours no mesmo dia na intenção de escrever a crítica dos dois num texto só, porém pela preguiça acabei fazendo somente um e dias depois fui arregaçar as mangas para redigir o outro, mas quem disse que minha memória de jovem velho lembrava de algo? 

Estranho, pensei comigo. Pois lembro que na primeira assistida gostei razoavelmente mais de Six Hours do que The Beacon. Como esquecer? Lá vou eu assistir tudo de novo. Torrent completo (brincadeira, PF), tevê com o 360p estralando, play. E meu amigo, me lembrei que o que eu realmente havia gostado era a ambientação e nada mais. Sem dúvidas o trabalho de arte da série está impecável, não tem o que reclamar. Mas agora o roteiro não deu conta. 

Começa pelo fato de estarmos assistindo a um monte de episódios batidos no liquidificador, com situações inseridas e esquecidas pelos showrunners – pela segunda vez no roteiro. Tem road trip, casal chernobylado e o retorno do Cadeirudo que mais tarde revela-se como o irmão gêmeo de Emile (para quê?), que promete continuar a caçada que seu irmão terminou perdendo o coco, lá em The End is the Beginning

E que ideia foi essa de fazer uma viagem ao invés de caçar comida, com o carrão do Mad Max vindo direto da Mecânica Jones? Beleza que eles tentaram fugir e por consequência descobriram o local desse tal de Padre, mas e aí, era só isso? Podiam ter optado por outra circunstância para essa revelação mixuruca, porque eles ainda voltam para casa e trombam com os minions de Strand (Colman Domingo) simplesmente porque sim. 

Pior que a ideia de jogar Grace (Karen David) numa espécie de estresse pós-traumático não é ruim, afinal ela passa por um verdadeiro déjà-vu que vai desde o perigo invisível até a presença do bebê, só que a execução fica tão rasa ao ponto de estragar tudo, principalmente nos finalmente em que Grace cede e canta para acalmar a pequena Mo e pronto, todos voltam felizes para casa onde, surpresa, surpresa, encontram comida num alçapão escondido graças a criança, já que aparentemente eles nunca vasculharam o submarino (isso foi um bem procurado, como diria minha mãe). 

Queria poder dizer que ainda podemos manter a calma e que é só o segundo episódio da temporada, mas tanto eu quanto você e o cachorro lá da esquina já sabem que quando Fear the Walking Dead tropeça a tendência é derrubar os outros como num efeito dominó. Mas como ultimamente tenho sido bonzinho, vou dar mais um voto de confiança e dizer que esse foi só um soluço leve.

Six Hours é uma mistureba de várias ideias carregadas de conveniências que provocam dor no olho de tanto revirar ao ponto de nem voltar mais para o lugar. O que é triste, já que o potencial está todo à mesa, só esperando ser devidamente usado. 


Nota: 2,5/5


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Douglas Gomes
Douglas Gomes
Jogador profissional de banco imobiliário e apresentador de stand up no chuveiro. Nas horas vagas, tocador de guitarra de ar. Um crítico longe de medíocre.

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