A 4ª temporada estilo ”Lost” de The Walking Dead

Desde que o céu de brigadeiro da prisão foi destruído – não confundir com a correria que foi na fazenda – The Walking Dead entrou no que pode ser chamado de período “Lost”.

Isto quer dizer ter mudado de todo mundo vivendo junto numa comunidade – procurando força e segurança em número grande de pessoas – para pequenas frações.

Claro, a série de zombies da AMC e a série passada na ilha da ABC tem suas diferenças chaves. As duas lidam com sociedades construídas pela força de acontecimentos, mas a primeira luta pela sobrevivencia sem fim, e a segunda apesar de lutar pela sobrevivencia também, tem sua trama central um mistério que consome a história.

Mesmo com os personagens ficando espalhados por esta temporada – e os produtores aproveitarem para desenvolver suas histórias individuais – ela está com uma cara de Lost, graças à lealdade excessiva dos seus fãs e também pelo tamanho do elenco.

Claro que há ganhos óbvios de logística em se fazer isto, focar um um ator por semana. Faz com que alguns ganhem destaque num episódio, enquanto outros não aparecem.

Do ponto de vista narrativo faz com que a audiência entenda melhor o que os motiva – os roteiristas examinam mais os personagens de Carl e Daryl e a audiência embarca nisto. Não ter os personagens de Rick e Michonne faz com que passemos mais tempo com Daryl ou Glenn.

Para The Walking Dead isto funciona na maioria das vezes, graças também à novos atores – como Chad L. Coleman e Lawrence Gillard Jr , de The Wire – e também porque a série não é tão focada na ação com os zumbis, mesmo nestes episódios mais intimistas.

Por isto, esta meia duzia de episódios após a prisão cair foram ímpares: do episódio do Rick tentando fugir da casa com os caipiras sanguinários, uma obra prima de tensão, até o episódio da semana passada menos brilhante com a história de Daryl e Beth. E antes destes, os episódios pré queda sobre o que aconteceu com o Governador.

Com certeza The Walking Dead está sendo construído em cima de algo, desde a chegada do personagem de Michael Cudlitz até a pergunta o que existirá no fim da misteriosa estrada de ferro.

Mesmo assim após este corajoso momento errante está na hora de colocar as coisas em ordem. Porque mesmo que a série tenha bastante boa vontade com este punhado de histórias, alguns já esperam que elas se reagrupem novamente em uma nova direção neste últimos episódios remanescentes.

A audiência claramente não caiu, mesmo com vários acontecimentos, das Olimpíadas de Inverno até o Oscar. A esta altura isto só quer dizer ter seu sucesso analizado até não poder mais e ir um pouco mais além na análise para ter certeza.

Este compartimento da série está sendo certamente interessante e dá crédito aos produtores para correr riscos, ainda mais com a vinda de Scott Pimple para manter a coisa funcionando. Passada esta ameaça, seria bom que The Walking Dead voltasse aos trilhos novamente, para mostrar que embora tenham lá suas similaridades nem tudo está “perdido”.

Fonte: Variety


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Malu Andrade
Malu Andradehttp://www.cenasescolhidas.wordpress.com
Malu Andrade é produtora, crítica de cinema wanna be e aficionada por zumbis. Escreve sobre cinema no http://cenasescolhidas.wordpress.com

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